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sábado, 4 de abril de 2009

Há Muitas Moradas na Casa do Pai



1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é refletir sobre o Planeta Terra, comparando-o com as diferentes categorias de mundos habitados: primitivos, provas e expiações, regeneradores, felizes e celestes. Esperamos que o resultado dessa pesquisa sirva para tomarmos consciência de quanto somos pequenos diante da imensidão do Universo.

2. UNIVERSO

Conjunto de tudo quanto existe (incluindo-se a Terra, os astros, as galáxias e toda a matéria disseminada no espaço), tomado como um todo; o cosmo, o macrocosmo. (Dicionário Aurélio)

Diz-nos a Astronomia que o Universo é constituído de estrelas (corpos de massa completamente gasosa e geralmente de forma esférica, cujos gases, mantidos por forças gravitacionais, mas atuantes, por sua pressão e radiações, as dilatam).

As estrelas, reunidas em agrupamento de bilhões, formam as galáxias.

As galáxias, acessíveis aos nossos telescópios, são em número de 10 bilhões, separadas entre si por distâncias da ordem de 1 milhão de anos-luz.

A Via Láctea, uma dessas galáxias, como 80.000 anos-luz de diâmetro e contendo de 150 a 200 bilhões de estrelas, está o Sol com seu sistema planetário. O Sol gira ao redor do centro da galáxia a uma distância de 25.000 a 30.000 anos-luz. (Curti, 1980, p.16)

O nosso sistema planetário surgiu, na Via-Láctea, há uns 5 bilhões de anos pela condensação de um nuvem de gás e pó cósmicos. O Sol, suficientemente grande para irradiar luz própria, e, por outra, uma multidão de corpos celestes de diversos tamanhos, apesar de não haver nenhuma tão grande que pudesse irradiar luz própria. (Enciclopédia Combi, item Planeta)

O Universo compreende a infinidade dos mundos que vemos e não vemos, todos os seres animados e inanimados, todos os Astros que se movem no espaço e os fluidos que o preenchem. (Kardec, 1995, cap. III)

3. COSMOGONIA E VISÃO DE MUNDO

Ptolomeu foi o primeiro pensador grego que ofereceu uma sagaz e completa imagem do Universo. Suas hipóteses foram aceitas sem discussão durante mais de mil anos. Ptolomeu, entretanto, jamais afirmou que suas teorias fossem corretas. Eram só um modelo matemático destinado a descrever o movimento dos corpos celestes.

No séc. XVI, Copérnico já havia apresentado um modelo mais simples. Nunca afirmou que o Sol fosse o centro do mundo. Mas, sim, que o movimento dos planetas podia ser explicado mais simplesmente, se se partisse do princípio de que o Sol, e não a Terra, ocupava o centro do Universo. Contudo, a simplicidade dessa hipótese, lançou a semente da dúvida na cabeça de outros investigadores.

As observações do movimento dos planetas realizadas por Tycho Brahe demonstravam que o sistema de Copérnico não podia estar totalmente certo. Após os exaustivos trabalhos sobre os dados fornecidos por Brahe, Johanes Kepler acabou por demonstrar que os planetas descrevem órbitas elípticas. Descobriu também que existia certa relação entre o tamanho da órbita dos planetas, sua velocidade e duração de suas translações. As leis de Kepler conduziram mais tarde Newton a formular sua famosa teoria da gravitação universal. (Enciclopédia Combi, item Física)

Isso mostra que a verdade real já não estava mais centrada nos dogmas da Igreja ou no mundo incompreensível dos deuses. As observações e as experiências, ampliando a visão de mundo, eram a chave do conhecimento.

Resumo da evolução: há 100.000 anos, o homem era o centro do Universo; há 2.000 anos, a Terra; há 500 anos, o Sol; há 50 anos a Galáxia; hoje sem centro.

4. VIDA EM OUTROS PLANETAS

Na Antigüidade e na Idade Média pensava-se que a Terra ocupava o centro do Universo; segundo essa teoria é evidente e indiscutível a privilegiada posição do homem no cosmos. As modernas teorias heliocêntricas consideram a Terra um planeta como os outros, que gira à volta do Sol, o qual, por sua vez, é só uma simples estrela entre muitas centenas de milhões semelhantes em nosso sistema estelar. Com essa imagem do mundo surgiu também a crença de que a vida, até mesmo consciente e inteligente. Pode existir em outros lugares do Universo. (Enciclopédia Combi, it. Planetas)

A idéia de que a vida possa existir em uma miríade de planetas é reforçada pelo fato de que nossa química é universal, o que é revelado pela Astronomia. Kardec afirma que a vida existe em outros planetas e que o processo de geração espontânea continua nos planetas em formação da mesma maneira pela qual aqui se processou. Acrescenta ainda que o homem terreno está bem longe de ser, como acredita, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição. (Kardec, 1995, cap. III)

5. O TEXTO EVANGÉLICO

"Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se assim não fora, eu vô-lo teria dito; pois vou aparelhar-vos o lugar. E depois de ir e vos aparelhar o lugar, virei outra vez e tornar-vos-ei para mim, para que onde eu esteja, estejais vós também". (João, cap. XIV, v. 1 a 3).

6. A CASA DO PAI

De Acordo com Allan Kardec, A Casa do Pai é o Universo, e as muitas moradas são os mundos que circulam no espaço infinito. Os diversos mundos estão em condições diferentes uns dos outros, como ensinam os Espíritos. Esses mundos são, foram ou serão habitados, e as humanidades que os habitam podem ser do mesmo grau que a terrestre, como também física e moralmente inferiores aos terráqueos ou mesmo superiores aos Espíritos que povoam a Terra. No Universo, a Terra é apenas um pequeno mundo, como tantos outros. (Kardec, 1984, cap. III)

7. CLASSIFICAÇÃO OU CATEGORIAS DOS MUNDOS

Embora a classificação que se queira fazer dos mundos seja relativa, havendo inúmeras graduações, Allan Kardec, com base nos Espíritos Superiores, mostra-nos a seguinte classificação geral dos mundos:

MUNDOS PRIMITIVOS — quando encarnaram as primeiras almas humanas (depois que o animal atingiu o estádio que lhe fosse permitido receber a denominação de Espírito, por obra da Natureza Divina, por força do Criador)

MUNDOS DE EXPIAÇÃO E PROVAS — onde ainda existe o predomínio do mal; são lugares de exílio dos Espíritos rebeldes à lei de Deus. (Um exemplo de tais mundos é a Terra, planeta de provas e expiações. Escola para a evolução).

MUNDOS REGENERADORES — quando não mais existem expiações, mas ainda há provas. (São mundos de transição para os Espíritos, dos de expiação para os mundos felizes).

MUNDOS FELIZES — em que há o predomínio do bem sobre o mal. (Nestes, não há mais provas, nem expiações).

MUNDOS CELESTES OU DIVINOS — morada dos Espíritos purificados. (Só existe o bem).

8. PROGRESSO DOS MUNDOS

Segundo Santo Agostinho, "A Terra está classificada no mundo de provas e expiações. Esteve material e moralmente num estado inferior ao que está hoje, e atingirá sob esse duplo aspecto, um grau mais avançado. Ela atingiu um dos seus períodos de transformação, em que, de mundo expiatório, tornar-se-á mundo regenerador; então os homens serão felizes, porque a lei de Deus nela reinará". (Kardec, 1984, p. 57)

9. CONCLUSÃO

O mal ainda predomina sobre o planeta Terra porque o bem está retraído. Quando todos os homens de bem resolverem colocar em prática as suas virtudes, e quando isso for um apanágio da maioria, o mal se esconderá com medo de ser visto.

10. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CURTI, R. Espiritismo e Evolução. São Paulo, FEESP, 1980.

Enciclopédia Combi Visual. Barcelona (Espanha), Ediciones Danae, 1974.

FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, s/d/p.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo, IDE, 1984.

KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.